Fica para amanhã
Chega o final do ano e a malta fica sempre nostálgica e pensativa em relação à vida. Pelo menos eu fico, penso em tudo o que fiz, o que não fiz, o que devia e queria ter feito, o que não devia ter feito, nos planos para o próximo ano. E no rescaldo destes pensamentos todos, pus-me a pensar no que de facto não fiz este ano. Tenho sempre imensos planos no início do ano, mas depois vou pondo de lado alguns. E porquê?
Um exemplo concreto: desde que me lembro que tenho o sonho de fazer voluntariado em África. Já estive muito perto de o concretizar, mas depois não o pude fazer por motivos monetários. Voltei a juntar o máximo de dinheiro possível para ir mas, mais uma vez, comecei a adiá-lo. Porque o dinheiro que tenho ainda não é suficiente. Porque preciso de me mentalizar da diferença que vai acontecer. Porque isto, porque aquilo.
Comecei a pensar no verdadeiro motivo pelo qual ainda não consegui cumprir o objectivo máximo da minha vida (neste momento). O dinheiro é sempre a razão principal, nunca fui pobre, mas sempre vivi a contar os tostões ao final do mês. Agora tenho um emprego bom e estável, consigo poupar algum dinheiro ao final do mês (para o voluntariado), mas ainda assim não me quero aventurar sem ter a garantia de que consigo ficar lá durante algum tempo sem ter que me preocupar com o dinheiro. Tive a oportunidade de ir já em Janeiro. Ia aceitar. Alguma coisa me impediu. Pronto, aconteceu, fica para a próxima.
Estabeleci que vou em Setembro. Tenho tempo suficiente para poupar o dinheiro que penso que preciso, a juntar ao que já poupei. Mas porquê em Setembro? Porque não agora? Não sei, sinceramente. Há o medo, a falta de confiança… Mas por outro lado há a vontade de mudar o mundo, a vontade de não me deixar ficar numa vida monótona. 2019 vai ser o ano, tem que ser o ano!