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Pelos caminhos da literatura

“A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança" - José Saramago

“A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança" - José Saramago

Pelos caminhos da literatura

06
Dez18

Fica para amanhã

Mars

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Chega o final do ano e a malta fica sempre nostálgica e pensativa em relação à vida. Pelo menos eu fico, penso em tudo o que fiz, o que não fiz, o que devia e queria ter feito, o que não devia ter feito, nos planos para o próximo ano. E no rescaldo destes pensamentos todos, pus-me a pensar no que de facto não fiz este ano. Tenho sempre imensos planos no início do ano, mas depois vou pondo de lado alguns. E porquê?


Um exemplo concreto: desde que me lembro que tenho o sonho de fazer voluntariado em África. Já estive muito perto de o concretizar, mas depois não o pude fazer por motivos monetários. Voltei a juntar o máximo de dinheiro possível para ir mas, mais uma vez, comecei a adiá-lo. Porque o dinheiro que tenho ainda não é suficiente. Porque preciso de me mentalizar da diferença que vai acontecer. Porque isto, porque aquilo.

 

Comecei a pensar no verdadeiro motivo pelo qual ainda não consegui cumprir o objectivo máximo da minha vida (neste momento). O dinheiro é sempre a razão principal, nunca fui pobre, mas sempre vivi a contar os tostões ao final do mês. Agora tenho um emprego bom e estável, consigo poupar algum dinheiro ao final do mês (para o voluntariado), mas ainda assim não me quero aventurar sem ter a garantia de que consigo ficar lá durante algum tempo sem ter que me preocupar com o dinheiro. Tive a oportunidade de ir já em Janeiro. Ia aceitar. Alguma coisa me impediu. Pronto, aconteceu, fica para a próxima.

 

Estabeleci que vou em Setembro. Tenho tempo suficiente para poupar o dinheiro que penso que preciso, a juntar ao que já poupei. Mas porquê em Setembro? Porque não agora? Não sei, sinceramente. Há o medo, a falta de confiança… Mas por outro lado há a vontade de mudar o mundo, a vontade de não me deixar ficar numa vida monótona. 2019 vai ser o ano, tem que ser o ano!

28
Nov18

"I am not Your Negro" na vida real

Mars

Volto à blogosfera, e vou chatear as duas ou três pessoas que lêem o que escrevo, e que cá vieram parar por engano, para falar de um assunto que agora é especialmente sensível para mim: o racismo.

 

Embora nunca o tenha sentido na pele, a verdade é que agora lido diariamente com pessoas (vá, pessoas pequeninas a.k.a crianças) que vivem ou já viveram situações de racismo. São crianças negras e ciganas, de um bairro com uma fama não muito boa. Relativamente ao bairro não tenho nada a apontar, vou lá quase todos os dias durante a semana, saio de lá de noite e nunca me aconteceu rigorosamente nada. Quanto aos meus meninos, são uns terrores mas já ganharam o meu coração.

 

Numa actividade que fizemos com eles, mostramos-lhes dois vídeos sobre o racismo, e o assunto incomodou-os porque já tinham vivenciado situações como as que foram transmitidas nos vídeos, choraram até. Ninguém devia ser discriminado pela sua cor da pele ou pela sua etnia, sobretudo crianças.

 

Como dizia Sophia de Mello Breyner, “Todos vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”. Eu não quero ignorar, mas o que se faz nestas situações? Não consigo controlar as acções dos outros, no entanto sinto que tenho que fazer alguma coisa acerca deste assunto, nem que seja para ajudar os meus pequenos.

 

As crianças não nascem racistas, acredito nisso, e as ideias racistas são transmitidas através da educação, do ambiente que os rodeia. Mas também acredito que existe uma altura na vida em que essa parte deixa de importar tanto, chega uma altura na vida em que é fácil (ou deveria ser) distinguir o bom do mau.

 

Felizmente vivo rodeada de pessoas boas, mas acho que se algum dia me cruzasse com um amigo ou conhecido que fosse um pouco que seja racista, não conseguia continuar uma amizade com essa pessoa. Consigo aceitar pessoas que gostem de touradas, por exemplo (apesar de ser super contra essa “tradição”). Não consigo aceitar pessoas racistas, que julgam e maltratam os outros pela cor da pele.

 

Bem, dado este ser um assunto com que agora convivo mais, comecei também a informar-me mais sobre o mesmo. Comecei a ler o livro “I am Not Your Negro”, de James Baldwin e a ver a série “Dear White People”. Recomendo ambos, mesmo. Especialmente se se interessam sobre estes assuntos.

 

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30
Out18

Mas é agora?!

Mars

Será que à terceira tentativa é de vez? Eu, que tenho tanto para dizer sobre tanta coisa (coisas relevantes ou não, não é para aqui chamado), não resisti muito tempo nisto dos blogs literários. Vou tentar mudar um pouco, falar sobre tudo e talvez sobre nada. Mantendo o conceito original de falar da minha obsessão por livros.

Vamos lá tentar outra vez, no pouquissimo tempo que agora tenho! Mas não hoje, noutro dia... 

20
Jul18

Novas aquisições

Mars

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Não tenho qualquer controlo sobre mim quando toca a comprar livros, é um facto. Deixa-me feliz comprar livros, fazer o quê?

O "História de Uma Serva", de Margaret Atwood, já queria comprar há algum tempo, gostei imenso da série. É uma história muito bem pensada, parece-me que vou gostar do livro. 

Quanto a F. Scott Fitzgerald, confesso que sempre evitei, por deficiência da minha parte. No entanto estava em promoção, achei uma boa compra. Na livraria, trocando dois dedos de conversa com o vendedor, este disse-me que para iniciar as leituras de Fitzgerald, "O Grande Gatsby" era óptimo, e recomendou-me ler depois o "Tender is the Night". Gosto tanto quando me recomendam livros, quando consigo falar de literatura. Fiquei feliz!

 

Irei ler os livros, depois partilho a minha apreciação.

 

Boas leituras :) 

 

15
Jul18

Vamos lá outra vez!

Mars

Bem, desisti rápido hein? Não sei porquê, se há pessoa que gosta de opinar sobre tudo sou eu, e o blog seria a oportunidade perfeita para poder opinar sobre uma das minhas maiores paixões, a leitura. 

Pela segunda vez, vou tentar dedicar-me à escrita no blog. Vamos ver se será desta 

 

Second try, yey!!! Mas não agora, que há a final do Mundial de futebol para ver!

03
Nov17

Svetlana Alexievich

Mars

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Hoje resolvi falar de Svetlana Alexievich. É uma escritora/jornalista bielorrussa, que ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 2015 pelos seus relatos de histórias reais, sobre diversos assuntos. De certa forma ela não escreveu os livros, visto que são relatos de outras pessoas, ela apenas editou esses mesmos relatos, para que conseguisse reuni-los em formato de livro. 

 

O primeiro livro que vêem na fotografia, "Vozes de Chernobyl", são testemunhos de pessoas que viviam na área circundante a Chernobyl, onde aconteceu o acidente com um reactor nuclear no ano de 1986. O livro relata os testemunhos de pessoas que foram afectadas pelas particulas radioactivas e que, de forma directa ou indirecta, tiveram a sua vida alterada, desde problemas de saúde, a problemas psicológicos.

 

O segundo livro, e o meu preferido, "A Guerra não tem Rosto de Mulher", trata da versão da II Guerra Mundial, pelo relato de mulheres que partiram para a frente de batalha e fizeram exactamente o mesmo trabalho que os homens. Existem testemunhos de médicas, enfermeiras, sargentos, pessoas que conviveram de lado com a guerra e a morte. É o meu livro preferido da escritora porque, para além de ter sido o primeiro que li dela, trata também de um assunto que gosto bastante de estudar, a II Guerra Mundial. Recomendo vivamente a leitura deste livro, para também se perceber a visão das mulheres nas guerras.

 

O terceiro livro, "As Últimas Testemunhas", fala sobre as crianças que viveram a sua infância durante a II Guerra Mundial. A maior parte dos relatos são de crianças que ficaram orfãs durante a guerra, no entanto há também alguns relatos de crianças que, depois da guerra, reencontraram os seus pais, ou pelo menos um dos pais. Também gostei bastante deste livro, pois tanto este como o acima citado, relatam histórias de visões que anteriormente ninguém se lembraria em abordar, o lado das crianças e das mulheres na guerra.

 

"Rapazes de Zinco", fala sobre os soldados que lutaram na guerra do Afeganistão, quando a União Soviética invadiu o país.O livro tem este nome porque, quando os soldados morriam na guerra e eram repatriados, eram transportados em caixões de Zinco. De certa forma eu entendi o título como uma crítica a esta guerra, e segundo a opinião que a escritora também dá, em todos os livros, a maioria dos soviéticos eram contra a guerra do Afeganistão. 

O livro relata não só testemunhos de soldados que estiveram presentes na guerra, como também de pais que perderam os seus filhos na guerra. É um livro triste de ler, mas que vale a pena.

 

Por último, mas não menos importante, "O Fim do Homem Soviético", são relatos de pessoas que viveram a queda da União Soviética, e como a sua vida mudou a partir daí. Há relatos de pessoas bielorrussas, ucranianas, moldavas, russas, de todos os países da ex-União Soviética. 

O livro revela o que as pessoas sentiram acerca da mudança nos seus países, o que sentiam quanto aos seus lideres e quanto ao partido que regia a União Soviética, o Partido Comunista.

É também um livro importante para perceber o lado dos habitantes naqueles países, onde a mudança de regime significou também uma mudança significativa na qualidade de vida, existem relatos de pessoas que passaram fome, depois do ano da queda da URSS.

 

São livros bastante bons, pelo menos eu achei, e de leitura fácil. Têm o meu selo de aprovação :)

 

Espero que tenham gostado e que esta publicação vos desperte curiosidade para ler algum livro desta escritora.

 

Até ao próximo post :)

 

 

30
Out17

Começar o primeiro (post) com o primeiro (livro)

Mars

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Achei que não havia melhor maneira de começar a publicar no blog, do que com um dos primeiros livros que me lembro de ter lido. 

Estava na escola primária, talvez no 2º ou no 3º ano e lemos o livro "História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar", de Luís Sepúlveda, fizemos também um teatro sobre o livro. Eu fiz de gato Barlavento e hoje em dia ainda me lembro de algumas falas. Talvez pelo facto de, desde então, já ter lido o livro pelo menos mais três vezes.

 

É um livro de leitura fácil e interessante, (spoiler alert - se bem que o título quase que desvenda a história!) sobre um gato, Zorbas, que encontra uma gaivota às portas da morte, coberta de petróleo. A dita gaivota deixa ao cuidado de Zorbas o seu ovo que acabara de pôr. A partir dai, é narrada a história de Zorbas e dos seus amigos gatos, a criarem a gaivota bebé, Ditosa, e a ensiná-la a voar.

 

Posto isto, e como já deu para compreender, este vai ser um blog sobre leitura, sobre os livros que já tenho lido e os que tenciono ler.

Espero que gostem e que acompanhem este jornada literária.

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